Hoje me sinto tão
culpado. Por tanto amar, acabei trazendo o mal a quem desejo tanto
bem. Tudo o que mais quero é ver o seu sorriso. Contemplar o brilho
de seus olhos envoltos na magia de viver. Entretanto, o que vi foram
olhos encharcados em lágrimas. Lágrimas de desilusão, de
desalento. Perdoe-me, meu amigo. Não pretendia causar-lhe a dor que
causei. O amo muito. Não podia deixar que se iludisse. Agi errado.
Talvez fosse melhor deixá-lo viver seu sonho. Ao menos você sorria.
Ao menos acreditava em algo. Eu que sempre fui entusiasta das coisas
do coração, achei-me no direito de tentar impedir o seu coração
de viajar. A ilusão o fazia mal. Mas se mostrou tão necessária. Já
me meti demais, meu querido irmão. Não mais tentarei impedir o seu
coração de acreditar nessa verdade. A ilusão o machuca, mas a
verdade da qual estou certo o machuca mais. Perdoe-me pela dureza de
minha incredulidade. Perdoe-me por não ser assim tão cúmplice do
seu sentir quando deveria ser. Agi por amor. Falei por não me
permitir perder o seu riso. Acabei perdendo do mesmo jeito. Como me
arrependo da "minha verdade". Como lamento pelo brilho
inverso dos seus olhos. Espero que me perdoes, meu amigo; irmão de
minha alma. Eu te amo. Amo muito.
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