Quando o altruísmo ultrapassa os limites do possível o ego
nos convida a um acesso de realidade. Põe-nos face a face com nós mesmos, em um
reflexo de nosso eu, diante de um espelho por desuso empoeirado. Somos invadidos por uma onda de necessário egoísmo e um olhar mais cuidadoso
sobre nós revela mazelas unicamente nossas, das quais precisamos cuidar com zelo. De volta ao estado de contemplação do reflexo no espelho vemos um ser
que nos olha silencioso. Em seus olhos apenas um apelo mudo: "cuide também de mim." E
o choro nos traz de volta.